quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vibrações, Bens Duráveis e Joelhos Ralados

Sou o que sobrou da guerra que é crescer, muitos perderam membros e até o coração, mas somos aqui o que restou, e continuamos combatendo, até o fim da vida.O que restou daquela tarde de adeus.O que restou de tudo o que se foi pra sempre.Somos o que as roupas escondem, doces mulheres em espartilhos apertados demais. Doces mulheres nuas, pois a guerra nos deixou como quando chegamos ao combate.O passado é uma grande bóia em um mar imenso de presente. Aprender a nadar é importante.Alguns amores são bens de consumo duráveis, alguns deles felizmente se perdem na terra do nunca e... Nunca envelhecem...Outros não suportam a força do tempo e se deterioram, escoam junto a areia das ampulhetas. Mas esses não são lembrados, não se fala muito deles. Aparentemente o que importa é o que fica, não que o que passe não possa ser a vida de alguém.Aquela criança no parque. Que sua sorte seja tão doce quanto o sorvete que escorre melando seus dedinhos.Os beijos daquele outono que passou, ficaram.Naquele verão no parque sua coragem lhe ralou o joelho, e você exibia-o como troféu de bravura. Somos mais fortes por conseguir, mesmo não saindo como entramos.No balaço você pedia desesperadamente pra que fosse mais alto. Você continua querendo ir mais alto agora.Você carrega a vibração do corpo dela nas mãos.Aquilo que te tira do seu mundo. Ou não seria aquilo que te leva pro seu mundo?E porque será que você sente o doce daquele amor que nunca aconteceu? Será que nunca aconteceu mesmo?