quarta-feira, 13 de abril de 2011

Haja tempo


Houve um tempo em que... Havia tempo demais. Há um tempo em que... Não há mais tempo a perder. Houve um tempo em que, todo o meu tempo eu daria a você, Um tempo que eu dançava, me lembrando das noites passadas. Há um tempo em que noites perdidas, Não são mais só noites perdidas. Houve um tempo, em que achei que nos reencontraríamos, Um tempo onde o amor e a esperança foram enterrados. Há um tempo que já espero, Por uma planta. As músicas carregam você pra mim, O passado tem mais vidas que gato. Houve um tempo onde não havia passado, E como agora o tempo tem passado. Não se pode esperar mais, Não enquanto o tempo corre assim tão assustado. Não quando tudo que parecia vivo, Já se tornou passado. Nos tornamos nossa própria caixinha de lembranças, Somos o que fomos. Não deixamos de ser nossas lembranças, O fim é nada mais que lembrar o passado. Morremos agarrados a coisas mortas, Momentos que morrem a todo o tempo. Pois o que vive agora, Amanhã não vive mais. O que nos mantém vivos, Com tantas mortes, Não é o que vivemos, É o que vive em nós.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Viver

O que se deve, e o que se quer fazer. O que se tem, e o que se quer ter. Onde está, e onde se quer chegar. O contraste é a paixão dos abstratos. A obra que cada ser faz; A inspiração que cada ser traz. O mundo que se inventa, e o que se vive; O mundo que desconhecemos. A esperança que temos; A esperança que sempre nos teve. Aquilo que guardamos é aquilo que nos guarda. Em que se agarra? Não solte o que se agarra em você; Em um abraço nunca se sabe quem é abraçado. O que sua alma respira não é ar. O mundo vai continuar girando; O mar vai continuar lá; Já você, não sabe se respira o próximo segundo. Você não sabe viver, mas vive; Vive para aprender a viver; E vive sem motivos claros aos olhos; E talvez viver mesmo já saibamos; Talvez o viver já nos seja dado; Estamos aqui para confiar, e sermos vividos; Por algo maior que o mundo; Algo maior que nós mesmos.